26 de outubro de 2022

"but every time you hurt me

the less that i cry

and every time you leave me

the quicker these tears dry"

26 de julho de 2022

Me dei conta que não sei mais como eu me sinto com relação a tanta coisa que eu sabia. 
Pois é e eu assumo isso tranquilamente porque eu entendo até onde vai minha responsabilidade nisso.

Algumas certezas que eu tinha foram parar em um lugar delicado e nebuloso. Algumas decisões - que eram tão óbvias, certas, fáceis, simples - voltaram pro estado de ponderação.

As pessoas são as mesmas, mas ao mesmo tempo são completamente diferentes. Pra mim e certamente pra elas mesmas também. Afinal tudo tem sido mexido, revirado

Acho estranho quando penso em como as pessoas vão tomando lugares diferentes dentro da gente, sozinhas. Elas, por conta própria, vão mudando o rumo das coisas drasticamente a ponto de você parar um dia e pensar no quanto uma decisão fácil, hoje, pode ser tão complexa e cheia de medo.  E não necessariamente por sua causa.

Mas de alguma forma eu entendo que essa é a "lei" da vida. A liberdade de fazer nossas escolhas, pegar o volante e mudar a direção da forma e quando a gente quiser. Acho só que pouco se pensa no impacto disso pros outros. E isso é o que muda tudo.
 
Não acredito que a gente tenha que deixar de tomar nenhuma decisão por causa dos outros. Isso, pra mim, seria bem errado. Só acredito que a gente precise tomar essas decisões entendendo que tudo gera um movimento, na maior parte das vezes, fora do nosso alcance/controle

Não dá pra fazer as coisas e simplesmente esperar voltar pro mesmo lugar quando a gente percebe que "não era bem assim". 

Tendo isso entendido por todos os envolvidos, acho que tudo bem.

Isso porque a gente tá escolhendo o tempo todo e mesmo que, por vezes, nossas escolhas saem pela culatra e acertam bem na nossa cara, a gente pode escolher voltar, ficar, ir embora, tentar, desistir... e não necessariamente é um ou outro. Depende do acordo.

É só fazer isso de forma consciente, entendendo que as coisas se movimentam constantemente e quanto mais forte/drástico for o movimento, mais elas vão se mexer. E as vezes leva um tempo até voltarem pro lugar - quando voltam -  e trazerem a tranquilidade devida/esperada.

Isso porque a gente tá escolhendo - realmente - o tempo todo e o(s) outro(s) também.

5 de maio de 2022

A gente nasce e morre sozinho, mas e o meio disso tudo?

 É muito esquisita a sensação de estar potencialmente sozinho. Existem pessoas que nem passam pela sua cabeça que seja possível que um dia te deixem assim, mas acontece.

A gente fica se indagando se estamos sozinhos por alguma coisa errada que a gente fez.

Será que tenho sido um amigo ruim?  Será que fui um namorado horrível? Será que sou uma droga de irmão? Será que fui um péssimo filho? um sobrinho relapso? Um neto ausente demais pra conseguir estabelecer algum tipo de conexão em que eu possa precisar também? Será que eu fiz tudo tão errado assim com todo mundo? Será que as pessoas são ocupadas demais pra ficarem umas com as outras? Será que eu não deveria esperar não estar sozinho porque na realidade todo mundo está? Sei lá. É muito ruim essa sensação de não ter com quem contar sem ter medo/filtro.

Não tenho conseguido entender direito nada do que tá acontecendo, só sei que tô me sentindo extremamente sozinho em um dos momentos (acredito eu) mais importantes da minha vida. 

Eu queria muito me sentir a vontade pra compartilhar plenamente tanto os meus medos quanto a felicidade dessa fase, sem ter a sensação, o aviso/lembrete de estar "confundindo as coisas" ou os limites (novos ou antigos) das minhas relações atuais.

Porque quando as pessoas (qualquer pessoa) decidem recuar, decidem pegar um espaço de você, decidem dar uns passos pra trás na direção oposta a sua, não importa a razão ou o quanto elas digam que ainda estão com você, é muito difícil sentir que estão mesmo. Isso porque o simples fato de você precisar pensar quando é ou deixa de ser um bom momento pra pedir ajuda ou compartilhar as coisas, pode ter certeza que raramente você vai achar que é. Principalmente quando o movimento das pessoas tem sido dar uns passos pra trás ou ignorar seu momento/necessidades.

Se isso já vem acontecendo antes de você se manifestar, como achar um bom momento pra efetivamente fazer isso?

Eu nunca encontro. E é por isso que tenho me sentido assim.








Bom, acho que o negócio é aceitar que atualmente eu realmente estou mais sozinho do que eu gostaria e passar essa fase de aprendizado e conquista comigo mesmo. E se essa sensação de solidão continuar me assombrando, começar (depois que a poeira e tudo isso passar) a me movimentar pra encontrar pessoas que queiram me acompanhar de verdade (e sem ressalvas) pela minha caminhada. 



4 de maio de 2022

Última coisa que faltava largar mão

É tão ruim ver todo mundo progredindo e se ver ficando pra trás, né ? Porque eu fico feliz pelas pessoas, mas sinto que não consigo não me comparar e não me sentir meio bosta por mim. To me achando ruim em tudo. Ruim em ser amigo, ser irmão, ser editor de vídeo, animador, dono de cachorro, ruim em fazer exercício, cozinhar, ler, me alimentar bem. E olha que não vou nem falar sobre o resto.Eu me sinto um peso e nem é pros outros. Me sinto um peso pra mim mesmo, atualmente.


To triste com o meu trabalho e não tenho perspectiva de melhora (acho que isso é o que mais me entristece). To triste com as minhas relações (profissionais, familiares e pessoais) e também não tenho ideia de quando ou se isso vai passar tão cedo. To triste com quem eu to conseguindo ser e não sei como mudar isso porque não tem valido a pena. To me sentindo meio estepe. Aquele pneu velho que você esconde porque da vergonha por estar sem "calota". E pior que eu sei que sou bem mais que isso, mas....


To triste com onde eu vim parar, na real. E sei que tá tudo interligado. 


Mas sei lá, eu me sinto triste e cansado. To triste com o que eu conquistei. Frustrado, sabe? Há um tempo atrás minha vida parecia ser algo tão diferente do que virou. Parecia seguir uma direção tão oposta do que ta seguindo. Não parecia perfeita, mas me parecia promissora. Agora não sei nem se vou conseguir pagar a geladeira que tive que comprar porque, adivinha? Até isso estragou aqui em casa. Esses passos pra trás na minha caminhada só me deixam mais cansado e sem vontade nenhuma de recomeçar.


Óbvio que eu não to falando sobre finalmente conseguir ser eu mesmo. Mas nem isso apaga o fato de que sendo eu mesmo ou não sendo, tudo o que virou meu "agora" me entristeceria igual. 


Eu tenho total consciência que pra melhorar eu precisaria ver as coisas de um lugar um pouco menos carregado, mas honestamente? Não to com a menor condição de fazer isso por enquanto. 


Não queria me ver e me sentir uma pessoa triste porque sei que isso afasta as pessoas. Sei que vai me colocar mais distante ainda delas, dela e dos meus objetivos. Mas não to conseguindo ser diferente nem por mim, imagina só por todo o resto?


É isso. Vou dar um tempo por aqui também.

Até (quem sabe) um dia desses.

3 de maio de 2022

Inconstante

Você nem foi e eu já fico sentindo sua falta

Acontece o tempo todo sem eu nem perceber

Quando paro e vejo, to ali, te dando tchau pela terceira vez.


É por isso que dói tanto te ver agindo como se não sentisse isso também

Pra todo mundo ou pra "zé ninguém"

Dói (mesmo) te ver agindo como se não sentisse isso também.


Enquanto a gente ta se olhando (tudo bem),

Enquanto a gente conversa e ri (também),

Enquanto a gente tá dançando,

Enquanto só a gente tá aqui...

Sempre fica tudo bem

Mas é só chegar alguém...

Que dói te ver agindo como se não sentisse isso também.


Eu já falei que não tô no mundo pra copiar a vida de ninguém

Não quero saber o que pensam do que eu faço

Muito menos do que eu sinto ou deixo de sentir 

Não quero aprovação nem permissão

E eu sinto o mesmo de você quando tem só nós dois aqui

Mas é só aparecer alguém... 

Que dói saber que você age como se não sentisse isso também.


E eu imagino que no meu lugar você também se escolheria 

Se eu não tivesse pronto e seguro pra escolher a gente, você também não ficaria

E é por isso que eu não posso ficar também.... 

Porque dói toda vez que você age como se não sentisse isso também.


Eu nem fui e já to sentindo a sua falta

Falta do que tava começando, crescendo, estruturando

Sentindo falta do quanto eu tava amando esse nosso jeito leve

Sentindo falta de te ver (finalmente) na mesma página que eu

E eu até chego a sentir e acreditar que ta tudo indo bem

Mas aí você me mostra e me lembra que é só aparecer alguém...

Que você age como se não sentisse isso também.

28 de abril de 2022

Se precisa cavar pra entrar, também precisa cavar pra sair

Você já estudou em uma sala de aula onde alguém era pego pra ser zoado por todos e acontecia aquele efeito manada? Lembra qual o sentimento de olhar aquilo acontecendo? 

Muita gente me parabeniza pela transição. 

"Precisa de muita coragem" - dizem. Eu não discordo, mas...
Sinto que as vezes as pessoas não entendem que o processo, até "chegar na transição", até que vira algo externo, pra fora, é algo que cresce barulhento e se desenvolve dentro da gente. Muitas vezes de forma bem dolorosa, já que dificilmente a gente (e aí eu falo de todas as pessoas) tem muita noção de que precisa de ajuda pra entender e aprender a lidar com as coisas.

O que eu geralmente escuto:

Você foi muito corajoso
Você está muito mais feliz agora
Você era uma pessoa triste
Você está leve agora (adoro essa)
Você finalmente está desabrochando
Você é uma pessoa incrível que eu nem sabia que existia
Entre tantas outras coisas.....

E parece que as pessoas simplesmente esperam que você ouça tudo isso desassociando de que estão falando de você!  Não percebem que tão falando que você não tinha coragem, ressaltam o quanto você era uma pessoa triste (mesmo se esforçando pra caralho pra não ser), que você pesava nas suas relações (mesmo quando tentava MUITO não fazer isso), enfim... que você passou anos da sua vida "não sendo". Que só agora você tá florescendo e que passou 34 anos como uma semente sendo regada (por eles) todos os dias sem dar nem sinal de vida. E eu poderia apostar que se tentasse falar isso dessa forma pra alguém, ainda escutaria um "imagina, eu nem tô falando isso, você tá entendendo errado, é que eu tô muito feliz por você, não faz disso um peso." E aí a gente volta pra um lugar onde acabaram de dizer que era muito pior do que o que você está hoje e que é você quem está fazendo isso (de novo). 

"Desapega desse passado, ou se não conseguir desapegar, só não deixa isso atrapalhar." Em qualquer contexto isso é meio esquisito, né?

Pensa: "Seu cachorrinho de 13 anos morreu hoje, eu sei que é foda desapegar assim e tudo bem, mas só não traz isso pra cá não, tá? senão vai ficar pesado e atrapalhar".

De qualquer forma, acredito muito que tive coragem sim ao viver a vida mesmo sem me identificar com quem eu era. Acho que fui bem corajoso ao enfrentar todas as outras coisas que nem eram sobre minhas questões de gênero e que por si só ja demandavam bastante. Acho que eu fui o mais feliz que eu conseguia ser com tudo o que tava sendo dado pra mim, o mais leve também. Mas principalmente, eu sempre existi, sabe?  Apagar a minha existência ou tentar fazer com que eu faça isso me machuca, porque invalida uma luta bizarra que foi até chegar nessa "flor desabrochando" de agora. E posso falar? Mesmo com todas as dificuldades do mundo, ainda acho mais fácil e que preciso de menos coragem pra ser e fazer as coisas hoje do que eu precisei antes. Então não me sinto confortável quando escuto sobre isso, como se estivéssemos falando de um aluno sendo criticado por toda a sala de aula, pelas costas! 

Você lembra como era quando acontecia isso na escola, no trabalho, nas amizades? Você já foi o alvo? E se, assim como em um filme da Sessão da Tarde, você se dividisse em dois e pudesse ir praquela sala de aula pra ver tudo isso de fora acontecendo com você mesmo? Você não ia querer fazer alguma coisa, nem que fosse defender/acolher ou não concordar? 

Eu precisaria me odiar muito pra não fazer nada. E talvez naquela época eu me odiasse mesmo e até criticaria junto, mas hoje? Não. 

Então não adianta me pedir pra que eu entre nesse movimento de dedo na cara, sabe? Porque não querer fazer isso não é apego, não é prisão. É cuidado e acolhimento e isso nunca vai me impedir de ser quem eu sou hoje, não. Aliás, acolher (a mim e as necessidades/processos dos outros) faz parte de quem eu me tornei e é uma das minhas principais mudanças (e uma das que mais me orgulho, honestamente falando).

E da mesma forma que ao comparar a existência das pessoas a gente acaba sendo injusto e cruel, será que um dia vão conseguir entender que é tão ruim ou até pior (já que somos seres bem mais duros com nós mesmos) me comparar com quem eu fui no passado? É cruel principalmente quando comparam com uma versão sua que tava sufocada, perdida, que não conseguia se amar por não conseguir se enxergar e nem sabia disso direito, que não tinha nem as ferramentas pra poder fazer alguma coisa quanto a isso e que mesmo assim estava dando tudo o que tinha, mesmo que sobrasse pouco no final, pra ser a melhor pessoa que conseguia ser. Eu dei tudo de mim por quem eu amo, sabe? Mesmo que me sobrasse pouco. Era realmente tudo o que eu tinha. Afinal, a gente dá o que consegue, né? 

Eu não acho que é solução, pra mim, pensar em tudo isso como pessoas tão distintas assim. Mesmo porque é esquisito imaginar nascendo com 34 anos de idade. E também porque independente de quem eu vá escolher como melhor versão nessa "brincadeira" toda, invariavelmente vou acabar me atacando. E a nossa meta é aprender a não fazer mais isso, né? Se escolher em todos os momentos (e esse pensamento aqui eu sei que tá claro).




25 de abril de 2022

Sono

Não aperta e nem afrouxa
Não pesa e nem é leve
É simples: só não é.

Eu não sabia que uma pergunta boba me faria ver algo assim


Não quero colo. Não quero dar colo também. 
Não quero abraço, carinho, conversa. 
O que parecia me alimentar até aquele segundo não é mais suficiente.
Eu nem tenho fome, não tenho sede.

Eu tenho sono.
Só quero dormir.








20 de abril de 2022

Torcendo pelo erro

Nem é sobre não conseguir mais confiar ou estar machucado demais pra isso. Porque eu não acho que os machucados sobressaiam todo o resto que é tão bom. 

É sobre querer estar perto, dormir e acordar junto, fazer comida pra dois, assistir série (mesmo que seja só pra estar do lado e nem ver de verdade), perguntar o que vamos jantar, levantar as 17h pra fazer o café da tarde, lavar roupa e perguntar se faltou algo pela casa, esperar a maquina parar e ter dúvida de quem vai estender tudo no varal, pegar uma cerveja enquanto o outro joga videogame e perguntar se quer, é sobre dividir a cama, o sofá, a mesa, a coca gelada; Sobre ser família, ser certeza, porto seguro, ser abraço, ser abrigo, ser e ter companhia. Sobre o querer muito estar junto e não poder estar


Por mais que eu consiga encontrar boas razões em ter calma, em não fazer as coisas com pressa e também veja um grande potencial pra aprender coisas boas no "estar sozinho", eu tenho um sentimento profundo de que não me faz mais sentido viver a vida separado e eu desconfio que é isso que - possivelmente - vai me fazer parar no meio do caminho. 


Tô torcendo pra estar errado e que seja só o medo ou algum outro sentimento do tipo que esteja me segurando pelas pernas. 


13 de abril de 2022

Casa

Se você pudesse escolher, estaria vivendo exatamente como você tá vivendo agora?

...

Em caso de "não" como resposta:
O que te impede de viver como você quer?






Em um mundo em que todo mundo acaba fazendo suas escolhas de forma individual, as vezes é extremamente importante que você entenda a necessidade de fazer isso também, mesmo parecendo que você tá cortando um pedaço seu fora. 

E parece que você tá cortando um pedaço seu fora porque seus planos fazem parte de você. Arrancá-los de você é o que te faz sentir assim, um pouco vazio, com espaços e buracos para serem preenchidos por coisas que você nem sabe direito o que são e muito menos se quer.

Falando em espaços, eu tenho um teto, uma garagem, cozinha, quarto, área de serviço, sacada, banheiro e sala. Mas isso são só espaços. Buracos e nada mais. 

Eu quero tanto aprender a fazer casa em mim.

Eu já fiz casa no cheiro, no abraço, fiz casa na textura da pele. Fiz casa nos olhos pretos, na voz e no sorriso largo. Fiz casa até no sotaque chiado. "Fiz", no passado. Hoje eu não tenho mais. Porque casa é certeza. É abrigo. É garantia de se ter pra onde voltar.

Será que eu realmente fui tão errado de fazer casa em qualquer outro lugar que não eu mesmo?

Vai saber. 

Acho que ninguém pode me responder isso, na verdade. Eu não escutaria. 


Porque eu acho que a gente não escolhe exatamente onde faz casa. A casa se constrói diariamente diante dos nossos olhos. Você vê tijolo por tijolo sendo colocado um em cima do outro. Vê a dificuldade de fixar alguns deles e vê as paredes tortas em alguns lugares. Só que você olha aquele remendo meio torto e mesmo assim se sente seguro porque você sabe exatamente onde ele tá. Você tava lá quando aquilo aconteceu e você não tem medo que caia por saber que, mesmo assim, mesmo torto, ele ficou exatamente como deveria ficar. Foi cuidado, compensado e virou fundamento também.

Não sei. Acho que é assim que se constrói casa. Sem escolher exatamente onde, mas sentindo que é lá.



É que as vezes tudo aquilo desmorona e quando isso acontece, acredito de verdade que outra casa se constrói logo ali pela frente.

Bom, talvez eu ainda tenha que passar algumas noites olhando as estrelas. Talvez ainda precise pegar alguns dias quentes ou chuvosos na cabeça até conseguir fazer casa de novo. Mas até lá tudo o que me resta é sentir.

E eu sinto o que tiver que sentir. E vou deixando pelo caminho tudo o que precisar deixar. Vou soltando as mãos e os dedos pra que dê tempo dessas feridas que se abriram por tentar segurar as paredes dessa casa até o último minuto, cicatrizem.  

Porque só assim, quando a oportunidade de ficar cara a cara com a minha chance de fazer casa de novo aparecer, vou estar com as mãos livres e prontas pra voltar a construir. 



Imagino que em algum momento eu consiga ver o quanto vai ser bom poder fazer casa no lugar em que eu for casa também. 

8 de abril de 2022

Até agora

Eu gosto de saber que existe carinho e afeto, mesmo que estejamos em momentos diferentes.

Tem horas que me sinto frustrado e com raiva, mas na maior parte do dia, consigo ver tudo isso até como algo que acabou vindo pra ser melhor. Engraçado, né?

Gosto da nossa sinceridade, mesmo quando é pra falar sobre coisas delicadas. Gosto que você sabe que nada me machuca mais do que a falta dela. Gosto de como você me conhece e gosto da sensação de te conhecer também.

Não sei o quanto isso ainda dura (essa sensação). Não sei se, ao nos afastar, essa sensação vai passar. Não sei se ficar longe vai fazer com que a gente mal se reconheça. Não sei mesmo. Mas agora é isso que nós temos. O tempo entre a gente. 

No fundo eu acredito que não vamos chegar a nos perder pelo mundo, sabia? Porque a gente não vai soltar tanta linha assim., não sei. As vezes acho que a gente vai até onde sentir que é suficiente pra nos  encontrarmos em nós mesmos, mas não longe o bastante pra um perder o outro. Será que você sente e quer isso também? Gosto de pensar que sim.

Gosto de encontrar partes suas por aí. Não de um jeito macabro igual suas séries e livros preferidos, mas nas coisas que eu sei que você gosta ou que eu sei que gostaria de fazer contigo. Eu vejo tanto restaurante legal, tanta pousada gostosa. Encontro tantos bares e até baladas que eu queria ir contigo. E eu anoto, besta, né? Salvo pra caso tenhamos uma oportunidade de colocar tudo isso em prática. 

Ah, eu sinto que finalmente consegui ver o nosso término. É uma sensação de que tudo aquilo já foi embora e não pode mais voltar.

Eu só me sinto um cara apaixonado, que espera reencontrar um dia a mulher que ama. E do nada, no meio de um passeio no parque, levar um susto em como ela conseguiu estar ainda mais bonita, sorrir com medo de que ela não me reconheça, mas perceber que ela reconheceu tão logo quanto eu. E aí cruzar esse sorriso lindo com o meu, com um abraço e um beijo no rosto meio descoordenado porque mesmo com o tempo, a nossa boca ainda segue a mesma direção. Gosto de pensar que isso vai fazer a gente rir muito e quebrar o gelo em segundos. Vamos passar a tarde toda conversando, vai escurecer e a gente nem vai notar. Vamos emendar o parque pra um bar ou restaurante e a partir desse dia, não vamos mais querer ficar longe um do outro de novo. Porque aí sim, isso que vai fazer sentido. Não só pra mim, não só pra você. Pra nós dois ao mesmo tempo.

Ou talvez nem precise ser desse jeito. Talvez seja daqui um mês ou três. No meio de uma conversa combinada. Nós dois falando das nossas marcas que encontramos e nos ouvindo de verdade. Nós dois vamos entender o quanto nossas atitudes machucaram o outro, vamos nos desculpar do fundo do coração e vamos perceber ali que vamos conseguir passar por isso e recomeçar. Nesse caminho vamos continuar encontrando cicatrizes e vamos falar sobre elas. E vai ser tudo tão diferente por causa desse tempo... vamos ver que nos perdemos por besteira e que não vamos mais conseguir deixar de cuidar disso nunca mais.

A gente vai querer com toda a força que o outro se sinta bem. Vamos querer muito nos sentir desse jeito também e vamos conseguir. Vamos conseguir porque estar do lado de quem quer tanto o bem da gente deixa tudo mais gostoso de viver. E é isso que eu vejo da gente, sabia? Vivendo de um jeito gostoso e leve como eu nunca achei que um relacionamento pudesse ser. Bem diferente de ontem. Bem diferente daquele monte de coisas escondidas debaixo do tapete. Bem diferente de tudo que eu já conheci e vivi.

Hoje a gente consegue se ver através das máscaras, ou melhor, conseguimos deixar elas caírem e assustou, né? Machucou. Mas acho que tem nos amadurecido. 

E o moleque de ontem quer muito ser o homem que vai te acompanhar e te apoiar nas suas escolhas da vida. Vai te incentivar em todas as suas escolhas e aplaudir todas as suas vitorias. E a menina de ontem vai ser a mulher dos meus olhos, a mulher da minha boca, dos meus toques. Vai ser ainda mais o alvo da minha maior admiração. E que venha com toda a sua bagagem da vida, porque é isso que me faz te achar mais foda todos os dias e ter vontade de te escolher todas as vezes que eu puder.

Eu não sei se nada disso vai acontecer de verdade. Mas sei que eu queria muito que acontecesse. Ou nem isso desse jeito assim. Poderia ser algo completamente diferente, mas que me desse essa mesma sensação:

Eu admiro muito os teus passos, sou totalmente encantado pela pessoa que eu escolhi. Fico besta e vibro com cada conquista sua, como se fosse eu mesmo que estivesse conquistando. Eu sou realmente seu admirador não tão secreto assim. Sou seu fã e acho a sua cabeça a coisa mais complexa e fascinante que já conheci na vida.

Você me prende da melhor forma possível. Prende minha atenção e conquistou todo esse meu afeto e amor sem nem fazer esforço. Isso é seu. É nosso e sinto que ninguém vai conseguir tirar.